26 janeiro 2018

Az

Ainda agora adormeci agoniado
Bateram botas bem boladas, belo bum
Cataram coisas como corpos cantores
Desde daquele dia doido demais
Em esperanto esperávamos estar
Fazia frio folhas ficaram fincadas
Gozamos gostoso, gastamos gestos
Hoje homeostase, heresia
Invadindo, incendiando
Jamais justificamos jeitos
Lamentamos lorotas loucas
Mendigamos meditações meritocráticas
Nenhuma novidade nociva
Outras orientações ótimas
Para permanecermos perdidos
Quando quase queremos querer
Risos recuam revirando runas
Sorte, sangue, sexo, solidão
Todos temem tanto tabagismo
Uma unção une uns únicos
Viajantes vorazes vestindo visco
Xorró xamã, xenofóbico
Zoam zens, zumbindo

Henrique Corrêa - 26/01/2018

Sem nada a perder

Grávidas passam por mim a todo momento
Esperam que eu faça parte deste mundo
Crianças correndo
Crianças nascendo
Apenas evidenciam mais

Amigos, parentes
Católicos, crentes
Ateus e judeus querem mais de mim

Um louco não pensa
Mas tem atitude
Do que adianta querer não ser rude

Ruínas se formam
Vontades também
Não quero ser louco
De conceber
Fazer sem criar
Sem nada a perder


Ritual do sono