04 outubro 2011

Carta de um Eremita

Estou escondido, precisando respirar e retirar o mal que insiste.
Isso acontece de tempos em tempos, desde os primórdios de meus pensamentos.
Uma fuga que parece sem sentido, mas aguça todos os sentidos.
Uma busca por nada, pois o nada me parece a origem de tudo.

É um local vazio e escuro, pobre e sujo,
Onde os gênios não pensam, os crentes vivem
Onde os loucos são normais, os pobres, iguais
E onde o que queremos não importa nem à nós

E mesmo indo longe, buscando o nada, partindo
Mesmo não querendo ser, nem ter, nem saber porque
Mesmo fugindo ao máximo de tudo
O tudo me segue, e não consigo chegar

Eu não queria parar neste lugar,
Ele é apenas meio do caminho de meu destino
Meu destino é bom, brilhante e sensato
Onde estou sou um simples aprendiz.

E aqui só se aprende errado, só se usa o medo
Perdemos a noção do que é exato
Perdemos sentimentos e desejos
Perdemos-nos na vida, esquecendo

É ilusão o que penso hoje
Mas cheguei aqui com as próprias pernas
Preciso sair com sua ajuda
Mas você, mesmo querendo meu bem, não o faz

Henrique Corrêa

Um comentário:

  1. Só Deus sabe como eu queria saber o que fazer e como agir para ajudá-lo.

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